DÉBORA GUIMARÃES
Calvário trata-se de um acontecimento. A instalação concebida para a exposição Quedas, primeira individual de Débora Guimarães que ocupou uma casa de dois andares, tinha por interesse instaurar a idéia de ocupação e recriar o ambiente de um quarto.
A organicidade presente no trabalho se manifestava em suas mudanças constantes e em toda semana que o espectador retornasse novas coisas eram adicionadas como se um habitante estivesse secretamente ocupando o espaço-quarto-expositivo.
O ambiente caótico criado por Débora nos insere em contextos de subsistência e de precariedade, comumente relatado pela artista em sua fabulação e ficção sobre as muitas relações de amor; calvário é este vestígio que a artista carrega, seja em relação aos espaços expositivos que passou ou por amores pelos quais percorreu.
Cada objeto, meticulosamente guardado por Débora entre os anos de 2013 e 2019, compõe o espaço fantasmagórico onde uma presença sempre se impõe ao espectador. Um perfume feito de cachaça era borrifado constantemente no espaço, renovando sempre a presença constante e impalpável da artista.




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Calvário, 2013-2019
Débora Guimarães
Livros, latas de cerveja, garrafas de cachaça, caixas e guimbas de cigarro, pontas de maconha, caixas de tarja preta, colchão, travesseiros e luz
Instalação / Happening / Fotografia
Dimensões variáveis